História


Ao longo de 70 anos o associativismo Trinhaense já conheceu 4 gerações.


A atual Associação Trinhaense de Desenvolvimento e Solidariedade recebeu a sua designação a XX-XX-XXXX aquando da mudança de nome da Comissão Progressiva da Povoação de Trinhão, tendo sido remodelados integralmente os seus estatutos e a sua missão para se adaptar aos tempos modernos.


Na origem da ATDS estão as associações abaixo, cuja história e eventos principais se apresenta.


Sociedade de Iniciativas Trinhaense

Criada em 13 de Fevereiro de 1932, foi uma das primeiras associações regionalistas do Concelho de Pampilhosa da Serra.

 

Os seus Estatutos foram registados no Governo Civil de Coimbra em 25-08-1932.

 

Sem esquecer os restantes fundadores, no processo de legalização da associação temos referências a alguns membros do elenco inicial:

 

A Sociedade de Iniciativas Trinhaense abrangia a povoação do Trinhão, onde tinha a sua Sede, e três anexas - Vale do Porco, Grota e Fontes.

 

Estatutariamente, a associação tinha como fins:

1.º - Conseguir o máximo da solidariedade de todos os habitantes da povoação do Trinhão e suas anexas.

2.º - Auxiliar moral e materialmente todos os melhoramentos da povoação do Trinhão e suas anexas.

3.º - Promover por todos os meios ao seu alcance as manifestações de actividade que de qualquer modo possam contribuir para o engrandecimento e progresso desta povoação e suas anexas.

 

A primeira obra foi a construção da mina para o abastecimento público de água ao Trinhão, em 1933, a partir da “fonte de chafurdo”, mais tarde substituída por um depósito central para abastecer os chafarizes da povoação.

 

Criada por despacho de 1934, a Escola Primária foi o grande projecto da Época que mobilizou toda a população até à sua Inauguração em 1949.

 

Em 1942 foi restaurada a antiga Capela, que 30 anos mais tarde viria a ser destruída para dar lugar à actual.

 

Em 1945 foi criada a Liga de Melhoramentos da Freguesia de Portela do Fojo que tirou algum protagonismo à Sociedade de Iniciativas Trinhaense. Mas a dinâmica associativa continuou, merecendo ainda referência especial os seguintes eventos:


Comissão Progressiva da Povoação de Trinhão 

A emigração para Lisboa à procura de melhores condições de vida fez surgir um 2.ª geração de dirigentes que relançou a velha Sociedade de Iniciativas Trinhaense, mudando a sua Sede para a capital do país.

 

Depois de várias diligências, em 20 de Dezembro de 1960, a Assembleia Geral decide formalmente alterar a denominação da associação para “Comissão Progressiva da Povoação de Trinhão“.

 

Liderada por Manuel Alves ( filho do primeiro impulsionador da Sociedade de Iniciativas Trinhaense – Felisberto Alves ) a Direção da Comissão deu continuidade à edificação do novo Lagar Associativo, que ainda hoje constitui um polo de atividade económica no Trinhão e que já teve diversas melhorias.

 

Daí para cá quase todos os melhoramentos para elevar o nível de vida do Trinhão e povoações anexas tiveram o cunho desta associação, que muitas vezes se substituiu às próprias autarquias locais. Da longa lista de construções destacamos:

- Abastecimento público de águas: depósitos centrais, furos artesianos e chafarizes (Cancela, Vale, Eira, Pardieiro e Cabeço), incluindo O Vale Porco.

- Cemitério, construído junto à actual EN344 (Portela do Trinhão).

- Exploração de resina, no início dos anos 60, para elevar o rendimento dos proprietários.

- Arruamentos – os novos pavimentos substituíram as antigas estrumeiras.

- Capela, que substituiu a antiga com a colaboração do sócio benemérito Artur Pires Lourenço (residente em Angola).

- Electrificação do Trinhão e do Vale Porco. E aqui também o telefone público.

- Abastecimento de água ao domicílio, cedendo à Câmara as estruturas existentes.

- Acessos da Estrada Nacional 344 ao Trinhão e ao Vale Porco, e melhoria das ligações ao fundo do Trinhão e ao Rio (Zona de Pesca).

- Recinto de Festas, junto ao edifício da Escola Primária que deixou de funcionar por falta de alunos e no qual funciona hoje o Bar Associativo.

- Salão para almoços e outros eventos por cima do Lagar Associativo. 

- Centro de Dia, ao lado do edifício da Escola, que está a ser gerido pela Caritas Diocesana e serve refeições às pessoas mais necessitadas.  

- Aquisição de terrenos, destinados nomeadamente à futura Casa de Cultura e Recreio e ao Parque Desportivo.

- Elaboração de projectos, para as diversas obras realizadas ou em fase de execução, incluindo o saneamento básico que infelizmente não teve seguimento.

 

Em representação do Trinhão, a C.P.P.T. participou ativamente nas Comissões pró – construção da Estrada Nacional 344, da Ponte de Álvaro (sobre o Rio Zêzere) e da Ponte da Amoreira (sobre o rio Unhais) – essenciais para o acesso ao exterior.

 

O historial e a atividade desenvolvida valeram-lhe o Estatuto de Coletividade Pública em 1985.

 

Das muitas dezenas de dirigentes desta 2.ª geração que mereciam ser referidos corremos o risco de citar mais 3 elementos que já nos deixaram: Aníbal Mateus, Anastácio Lopes Brito e Manuel Garcia Lopes da Quelha.


Grupo Recreativo de Trinhão 

7 jovens Trinhaenses, com idades compreendidas entre os 14 e os 17 anos,  juntaram-se no dia 13 de Outubro de 1968 e resolveram criar o Grupo Recreativo de Trinhão.

 

Curiosamente, a primeira Direcção do G.R.T. foi presidida pelo Fernando Alves (neto de Felisberto Alves – mentor da Sociedade de Iniciativas Trinhaense – e filho de Manuel Alves – presidente da primeira Direcção da Comissão Progressiva da Povoação de Trinhão). Os restantes iniciadores desta 3.ª geração foram: Manuel Augusto Simões, Anselmo Garcia Lopes, Manuel Domingos Silva Alves, José Augusto Domingues, António Lopes da Quelha Martins e Joaquim Simões Francisco.

 

A finalidade do G.R.T. era reunir e promover o convívio entre a juventude Trinhaense. A sua sigla era “ União e Amizade “ e em poucos meses reuniu várias dezenas de associados que se juntaram ao núcleo inicial.

 

As actividades desenvolvidas centraram-se em 3 vertentes:

Ø  Desporto: futebol de onze, futebol de salão, andebol, basquetebol e atletismo.

Ø  Cultura: teatro, folclore, etnografia e biblioteca.

Ø  Recreio: festas, almoços, excursões, piqueniques, rally paper, etc. 

 

Dos principais feitos podemos destacar:

q  Vencedor de 3 torneios de futebol de onze organizados pela Casa do Concelho de Pampilhosa da Serra.

q  Construção do Recinto Polidesportivo do Trinhão inaugurado em 1990.

q  A actividade teatral, com destaque para “ O Médico à Força na Casa do Concelho e outras colectividades de Lisboa.

q  As excursões que levaram muitos trinhaenses de todas as idades a conhecer as mais diversas regiões de Portugal : Serra da Estrela, Algarve, Minho, Trás-os-Montes, Beiras, Alentejo, Foz do Arelho, Grutas, Ribatejo.

 

Durante mais de 3 décadas o G.R.T. promoveu o contacto entre gerações, relacionando-se com outras colectividades e formando dirigentes e animadores sociais que a pouco e pouco se foram integrando na Comissão Progressiva da Povoação de Trinhão. Por um isso foi um símbolo de uma época, mas a evolução da sociedade portuguesa acabou por questionar a existência das 2 colectividades (G.R.T. e C.P.P.T.).

 

Na sequência do Cóloquio “ Trinhão – Que Futuro ? “ que ambas promoveram em 2001, foi com naturalidade que o G.R.T. decidiu terminar a sua actividade e que a C.P.P.T. viria a criar já em 2002 uma Secção Desportiva e Cultural para dar continuidade aos objectivos do Grupo Recreativo de Trinhão.

 

No Verão de 2001, a Comissão Liquidatária do G.R.T. promoveu ainda um Passeio da Juventude que poderá ter sido o primeiro Circuito Turístico da nossa freguesia.